domingo, 16 de março de 2008
A Ciência Médica
Segundo Gordon Williams, a Ciência Médica produz informação a partir de 3 domínios: 1) laboratório; 2) pacientes; e 3) populações. É interessante notar as diferentes abordagens nos três domínios. No laboratório, nos primórdios da Ciência Médica com Claude Bernard, eram utilizadas preparações de animais inteiros como modelos interpretativos. Atualmente, o laboratório é o local onde se produzem os conhecimentos de Biologia Molecular e Celular.
Dos estudos centrados nos pacientes, podem surgir informações de 3 tipos: Ensaios Clínicos, Farmacologia Clínica e Fisiologia Humana (incluindo Fisiopatologia e Genética). Dos estudos populacionais temos as pesquisas de desfecho clínico e toda a Epidemiologia Clínica.
Nas últimas décadas, vem havendo uma mudança importante no perfil das pesquisas realizadas associado a/ou decorrente de uma mudança na filosofia das agências fomentadoras: as ciências integrativas vêm minguando progressivamente em detrimento às populacionais e de biologia molecular. Quais as causas e implicações desse fenômeno?
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4 comentários:
Caro Karl, o que você chama de "integrativa"?
“Se estivesse lidando com principiantes, eu lhes diria em primeiro lugar: vão ao hospital; é a primeira coisa a conhecer. Pois como se pode analisar, por meio da experimentação, doenças que não se conhecem? Não digo, portanto, para substituir o hospital pelo laboratório. Digo o contrário: vão primeiro ao hospital;no entanto, isso só não é suficiente para chegar à medicina científica ou experimental; é preciso, em seguida, ir ao laboratório para analisar experimentalmente aquilo que constatamos pela observação clínica (...) e foi assim, pela observação clínica, que a medicina começou, na Antigüidade”.
Claude Bernard, citado por Canguilhem
Integrativa é a fisiologia, a farmacologia e a fisiopatologia que estudam o funcionamento do organismo integral, que é, há de convir, a abordagem da prática clínica (em oposição à visão reducionista das ciências duras).
Obrigado pela citação de C. Bernard que reforça a idéia do post.
o que você acha dessa tendência?
minha impressão é que em muitas áreas é preciso desmontar coisas complexas, estudar as partes em detalhe para depois poder juntá-las outra vez.
será que é isso? estamos numa fase intermediária das ciências médicas em que os pesquisadores estudam os pedacinhos mas ainda não sabe como eles funcionam juntos? e quando conseguirem juntar tudo (aí entra a tal "translational science", que reúne especialidades diferentes) chegarão finalmente mais perto de respostas?
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