Célula de Reed-Sternberg (© 1995 Dr. Andrejs Liepins/Science Photo Library. Reproduced by permission of Custom Medical Stock Photo.)
Por que o conceito de doença é tão importante? Por que os acadêmicos se esforçam tanto para conseguir uma definição consistente e coerente de doença? Vejamos Georges Canguilhem:
"A doença é um comportamento de valor negativo para um ser vivo individual, concreto, em relação de atividade polarizada com seu meio. Neste sentido, não é apenas para o homem, mas para qualquer ser vivo, que só existe doença do todo orgânico (...) Na medida em que a análise anatômica e fisiológica dissocia o organismo em órgãos e em funções elementares, ela tende a situar a doença ao nível das condições anatômicas e fisiológicas parciais da estrutura total ou do comportamento de conjunto. Conforme progride a minúcia da análise, a doença será colocada ao nível do órgão (Morgagni), tecido (Bichat) ou célula (Virchow). Mas, assim procedendo, esquecemos que, historicamente, logicamente e histologicamente chegamos até a célula por ordem regressiva, a partir do organismo total e com o pensamento, ou talvez mesmo o olhar voltado para ele. Procurou-se no tecido ou na célula a solução de um problema levantado pelo organismo inteiro e que se apresenta primeiro para o doente, e, em seguida, para o clínico. Procurar a doença ao nível da célula é confundir o plano da vida concreta - em que a polaridade biológica estabelece a diferença entre a saúde e a doença - e o plano da ciência abstrata - em que o problema recebe uma solução."
Onde procurar a doença então? O que é e onde está a doença?
"A doença é um comportamento de valor negativo para um ser vivo individual, concreto, em relação de atividade polarizada com seu meio. Neste sentido, não é apenas para o homem, mas para qualquer ser vivo, que só existe doença do todo orgânico (...) Na medida em que a análise anatômica e fisiológica dissocia o organismo em órgãos e em funções elementares, ela tende a situar a doença ao nível das condições anatômicas e fisiológicas parciais da estrutura total ou do comportamento de conjunto. Conforme progride a minúcia da análise, a doença será colocada ao nível do órgão (Morgagni), tecido (Bichat) ou célula (Virchow). Mas, assim procedendo, esquecemos que, historicamente, logicamente e histologicamente chegamos até a célula por ordem regressiva, a partir do organismo total e com o pensamento, ou talvez mesmo o olhar voltado para ele. Procurou-se no tecido ou na célula a solução de um problema levantado pelo organismo inteiro e que se apresenta primeiro para o doente, e, em seguida, para o clínico. Procurar a doença ao nível da célula é confundir o plano da vida concreta - em que a polaridade biológica estabelece a diferença entre a saúde e a doença - e o plano da ciência abstrata - em que o problema recebe uma solução."
Onde procurar a doença então? O que é e onde está a doença?
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