sexta-feira, 11 de julho de 2008

UTI, Aviões e o Checklist

Interessante artigo do New Yorker. Dá bem a dimensão do que é uma unidade de terapia intensiva. Conta a história de Peter Pronovost que, ao instituir um checklist para passagem de cateteres venosos, diminuiu o número de infecções relacionadas a esse tipo de procedimento, salvando muitas vidas. (Para ver as idéias do Dr. Pronovost sobre checklists em medicina, clique aqui). É elucidativa a comparação feita entre pacientes na UTI e aviões. Os aviões são bem mais simples que os pacientes críticos e têm checklist para procedimentos. Por que não os pacientes? Veja a argumentação:

"A study of forty-one thousand trauma patients—just trauma patients—found that they had 1,224 different injury-related diagnoses in 32,261 unique combinations for teams to attend to. That’s like having 32,261 kinds of airplane to land."

É uma boa leitura para o fim-de-semana (8 páginas).

11 comentários:

Anônimo disse...

que curioso! e parabens pelo blog

Karl disse...

É um texto interessante mesmo.

Obrigado pela visita e volte sempre, Isis.

Anônimo disse...

Karl, você já pilotou um avião? "Os aviões são bem mais simples que os pacientes críticos"??? Acho que você só tem andado de teco-teco...

Abraço ALVIVERDE!

Karl disse...

Pelo número de combinações possíveis, não tenho a menor dúvida que um paciente crítico é mais complicado que um avião.

Mas para demonstrar isso precisaríamos de um grupo de intensivistas com brevê que pudessem pilotar vários tipos de aviões e pacientes (sim, pilotar pacientes, por que não?) e que, respondessem um questionário sobre "complicação" o que é, digamos, bastante subjetivo.

Convenhamos que é mais fácil cometer um erro galtoniano com fins didáticos que permita a pessoas inteligentes, sem conhecimento prévio de aviões ou UTIs que captem a sutileza de um raciocínio, caríssimo alvi-Aleph.

Anônimo disse...

Caro Karl, sem querer causar polêmica. Estou errado ou o intensivista é aquele médico que pede exames laboratoriais todos os dias e que toma condutas baseadas principalmente no resultado de tais exames?
Não seria uma espécie de "cabeça-de-exame"?

Abraço!

Karl disse...

O que você realmente acha?

Anônimo disse...

Caro Karl, isso tá parecendo um blog do Woody Allen, em que uma pergunta é respondida com outra. Não enrole o seu assíduo frequentador e admirador!

Karl disse...

Vou aceitar a diatribe, caríssimo alvi-Aleph (Woody Allen, jamais!!)

Responderei com o que os intensivistas acham dos neurólogos que por lá flanam:

-meros pedidores de Tomografias...

Grande Abraço

Anônimo disse...

Caro Karl, eis então a diatribe. Por que vc acha que a resposta da sua enquete está mostrando que os exames são soberanos?

Bom, fazer neurologia é fácil. Nada de "checklist". Só um único item: TC... (assim sobra mais tempo para ler Gadamer, Nassar, Borges, Kant...Toda essa turminha fraca...)

Abraço!

Anônimo disse...

"Clínica Médica é a parte da Neurologia que estuda os outros sistemas"
(F. Nietszche)

Maria Guimarães disse...

ótimo texto! uma coisa que me impressiona nessa coisa toda é a mudança que causa em como as pessoas vêem a morte.
uma criança cai num lago congelado, fica meia hora sem respirar e numa temperatura onde a vida humana não é possível; alguém leva uma saraivada de tiros e perde quase todo o sangue, destroça órgãos e por aí vai...
essas pessoas vão para a uti e os heróicos internistas fazem coisas inacreditáveis. mas no meio desses procedimentos complexíssimos (e alguns simples, mas complexos pela precisão exigida), tem muito espaço pra erro. mais espaço pra erro do que pra acerto.
se a pessoa morre, a família acha que foi por erro médico! como fica isso? às vezes acho que devia ter um limite nas intervenções. que a gente devia simplesmente poder morrer, quando a situação está feia.